Estádio em obra para Copa 2014 reivindica selo de construção sustentável
Por priorizar conceitos de sustentabilidade, a Arena Pantanal, em Cuiabá, no Mato Grosso, está em pleno processo de obtenção da certificação LEED – selo que designa as construções sustentáveis, de acordo com os critérios de racionalização de recursos de energia e água. A certificação " verde" é conferida pela Green Building Council, através do LEED – Leadership in Energy and Environmental Design (ou Liderança em Design de Energia e Meio Ambiente).
O certificado assegura que a obra usa água de forma responsável, é energeticamente eficiente e só utiliza materiais que não espalham rastros de carbono. O Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior, contratado pela Agecopa (grupo de acompanhamento dos trabalhos para Copa 2014) obedece a medidas recomendadas para a construção da Arena.
Contratado pelo governo do Estado, em 2009, junto à GCP Arquitetos, o projeto da Arena Pantanal foi premiado com a medalha de ouro na categoria Empreendimentos Públicos do The Americas Property Awards 2010, oferecido pela Americas Property Awards em parceria com a Bloomberg Television e o Google.
Construção sustentável
Para colocar em prática os conceitos de obra sustentável, a construção da Arena Pantanal inclui várias ações como o reaproveitamento de água, captação e tratamento de esgoto, coleta seletiva de materiais, limpeza sistemática dos veículos que atuam no canteiro, eliminação da poeira e redução da poluição sonora.
Nenhum detrito da demolição do antigo Estádio José Fragelli foi descartado, o que evitou a poluição de outras áreas. O material de alvenaria foi reciclado e adicionado para aterragem do solo. Os metais também foram reciclados em siderúrgicas e reutilizados como insumo na obra.
A utilização da madeira no canteiro de obra é objeto de atenção especial. O material tem origem controlada e é certificado pelos órgãos de controle ambiental. Mesmo assim o objetivo é usar o mínimo possível de madeira, utilizando como alternativa os pré-moldados com estruturas metálicas.
O projeto de consumo e reuso da água inclui a captação de água pluvial, possibilitando uma redução de 40% no consumo dentro da obra. São dois tanques com capacidade para 2.500 litros, onde é feita a decantação e filtragem. Esta água é usada na cura do concreto e na lavagem dos caminhões betoneiras, voltando novamente aos tanques para novo ciclo.
Uma miniestação de efluentes foi construída no canteiro para captar o esgoto originário dos banheiros e de outras atividades desenvolvidas. Todo o projeto de construção da nova Arena protege o sistema hídrico e o lençol freático.
Parâmetros ecológicos
Para amenizar o calor das pavimentações cobertas e das áreas relacionadas, serão instalados pisos e coberturas que atenderão aos parâmetros LEED. As paredes da Arena serão pintadas com tintas livres de VOCs (Componente Orgânico Volátil) e cerâmicas ou porcelanatos com algum grau de material reciclado em sua composição.
Para a área externa da Arena, como na praça de acesso, será utilizado piso em placas de concreto com SRI (Solar Reflectance Index) 29, e alguns pisos permeáveis, tais como, concrebrita, seixos e cobertura vegetal, evitando desta forma ilhas de calor e contribuindo com a drenagem natural das águas de chuva.
A Arena Pantanal terá 12 elevadores. Neles estão previstos comandos eletrônicos e sensores de presença para desligar as luzes quando parados. Além disso, os elevadores serão programados para economizar os percursos a serem percorridos.
O paisagismo da Arena será realizado com espécies nativas, exemplares da Mata do Cerrado e Floresta Amazônica, uma vez que a região de Cuiabá possui estas espécies de vegetação, eliminando assim a necessidade de irrigação artificial.